A Homeopatia Funciona?

A Homeopatia Funciona? Para responder sendo justo, primeiro precisamos saber como “tudo” começou:

Hahnemann começou experimentando em si mesmo.

Primeiro experimentou a quinina (China officinalis) como um antitérmico e verificou que, enquanto a tomava, sentia uma série de sintomas semelhantes àqueles da febre intermitente ( Malária ).

Lembrando que esta doença não ocorre na Alemanha, onde o mestre Hahnemann fez a primeira experimentação.

Ora, a China officinalis oferecia ótimos resultados no tratamento da referida febre. Raciocinou então: não será esse feito devido ao fato de provocar uma sintomatologia semelhante no homem são?

Lei dos semelhantes

É um sintoma lógico que, quando apresentado por um paciente, é curado pela substância que, experimentada no homem são, reproduzirá o quadro sintomatológico semelhante.

Experimentando em animais? Por Hahnemann, não me compare!

Esta lei está expressa na frase Similia Similibus Curentur, enunciada inicialmente por Hipócrates, foi tida como válida também por Paracelso. Muitos outros cientistas também admitiram, antes de Hahnemann.

Ao transportar para a prática clínica os seus experimentos, Hahnemann verificou que, nas doses habituais, algumas vezes a ação da droga agravava muito o enfermo e passou a diminuí-las.

Com espanto observou que quanto mais diluía, maior era a ação curativa e menores as agravações.

O medicamento único é o grande ideal do homeopata

Encontrar um só medicamento que tenha provocado no homem são, o máximo de sintomas apresentados pelo paciente que tem diante de si: os homeopatas que o conseguem, chegaram ao topo da carreira! São chamados unicistas.

Atualmente, existem cerca de 3000 medicamentos homeopáticos experimentados. É sempre um grande desafio para o homeopata unicista encontrar este medicamento único, nas consultas e acompanhamento do paciente durante o seu tratamento.

Medicamentos Homeopáticos

Existem também, no mercado, para auto medicação, remédios homeopáticos chamados complexos e compostos, constituídos por vários medicamentos de ação predominante sobre determinadas doenças. Geralmente não são prescritos pelo médico, embora o público faça uso deles.

Os indivíduos

Cada indivíduo é um todo espiritual, físico e mental, em que as diferentes partes estão intimamente relacionadas, em uma interação permanente entre si, com o meio e com os outros indivíduos.

Não seria portanto correto tratar o estômago do Sr. Silva. Devemos tratar o Sr. Silva como um todo para que seu estômago volte à normalidade.

Basicamente, é preciso tratar o todo para que nenhuma parte adoeça, pois não existem doenças locais. Existem, sim, indivíduos doentes, com manifestações locais.

A homeopatia sempre achou muito importante individualizar o doente, dando-lhe uma importância maior que a doença propriamente dita.

Para a homeopatia, interessa muito mais quem tem a doença do que qual é a doença.

A Harmonia e a Energia Vital

O ser humano em estado de saúde, mantém uma harmonia entre seus diferentes órgãos, funções e com o meio. Atribuímos essa homeostase ou essa harmonia, a uma determinada energia ou força, que chamamos Energia Vital.

Entre os muitos mecanismos que a Energia Vital lança mão, para conseguir restabelecer a harmonia geral, estão as exonerações.

Trata-se de sintomas que o raciocínio mais elementar, diria que não devem ser contrariadas.

Por exemplo, as secreções nasais ou brônquicas, a tosse e até algumas hemorragias, quantas vezes, impedida a tosse expectorante, sobrevém a pneumonia?

Quantas vezes, suprimida uma epistaxe (sangramento nasal), surge um AVC?

Quantos casos de eczema (dermatite, inflamação da pele) você conhece, que ao desaparecer dá origem a uma bronquite asmática?

Por isto a homeopatia procura não suprimir estas exonerações, até onde não haja risco para o paciente.

Quantos pacientes que, após um abuso alimentar ou ingestão de comida deteriorada, apresentam intensa cefaléia, febre alta, dores abdominais, mal-estar em geral, náuseas e vômitos.

Algumas horas depois, surge uma diarréia intensa. Melhora a cefaléia, cai a temperatura, aliviam-se as dores. Você crê que deveríamos interrompê-la ou simplesmente repor suas perdas hidroeletrolíticas?

Na homeopatia existem as leis de cura. O homeopata estudioso, é um observador sem preconceitos.

A cura faz um caminho centrífugo ( de dentro para fora – por exemplo, as exonerações ), de cima para baixo e do último para o primeiro sintoma.

Enquanto a enfermidade, trilha o caminho inverso, isto é, centrípeto ( de fora para dentro ), de baixo para cima e não obedece a sequência natural do aparecimento dos sintomas e sinais da doença e característicos do paciente.

É muito importante não contrariar a natureza, pois ela é, em geral, mas sábia que todos nós.

O que são aquelas bolinhas?

As bolinhas, mais populares, são glóbulos de sacarose inerte, embebidos em uma diluição do remédio homeopático, mas existem outras formas, tais como: gotas, pó, papéis, tabletes, comprimidos…

Na Homeopatia, os medicamentos tem origem na natureza: vegetal, mineral, animal e até das secreçôes e tecidos, inclusive do próprio paciente.

A preparação dos medicamentos é feita em escalas: decimal, centesimal, milesimal e obedecem a critérios técnicos farmacológicos.

Na escala decimal, é diluída uma parte da substância básica, em 9 partes e depois sucussionada (agitada) 10 vezes. Está pronta a primeira dinamização decimal.

Na escala centesimal, uma das preferidas de Hahnemann, faz-se da mesma forma, porém com a seguinte alteração: a diluição é feita em 99 partes. Temos, então, a primeira dinamização centesimal.

A sua melhor criação foi talvez a cinquenta milesimal ( LM ), preferida por vários homeopatas.

O saudoso Dr Javier Salvador Gamarra criou e nos deixou a SD ( Special Dinamization ), destinada aos pacientes ditos incuráveis, hipersensíveis, idiossincrásicos, isto é, difíceis de diagnosticar e conduzi-los ao êxito, restituindo assim sua vitalidade.

O que são Miasmas?

Miasmas, simplesmente, poder-se-ia dizer que se refere à predisposições mórbidas, ou suscetibilidades que os indivíduos têm para contrair determinadas doenças.

Cada miasma equivaleria a uma diátese (predisposição orgânica, constitucional ou hereditária), a uma tendência. E essas tendências ou esses miasmas, são principalmente herdados, embora também, influenciáveis pelo meio.

Essa divisão dos indivíduos é apenas didática. Podemos encontrar em um só ser, dois ou três miasmas. Atualmente, já foram estudados cerca de doze miasmas.

A Homeopatia pode ser útil nas cirurgias?

Sim. Vale, porém, ressaltar que a homeopatia pode ser útil em qualquer especialidade, pode evitar uma série de cirurgias dispensáveis ( amigdalites por exemplo), pode beneficiar o pré e o pós operatório acelerando a consolidação de fraturas, encurtar o tratamento, minimizar os efeitos colaterais de terapêuticas mais invasivas, tais como quimioterapias e radioterapias ou, até diminuir o tempo de tratamentos psicoterápicos e levar o paciente à cura sem os riscos de tantos efeitos colaterais.

A homeopatia não dispensa nem substitui nenhum tratamento de outras especialidades, porém as complementa ou até podendo ser o único tratamento, dependendo de cada caso e das opções do paciente e responsáveis pelo mesmo.

Uma definição que nunca devemos esquecer: a patogenesia de um medicamento, é aquele conjunto de sintomas que provocou ao ser administrado no homem são!

Creio que ficou claro que, em Homeopatia, precisamos individualizar, isto é, analisar quem tem a doença e, se possível, qual a doença, para melhor agirmos.

Todavia, existem, condições mórbidas em que a sintomatologia é uniforme em diferentes doentes, e que permite tratá-los com o mesmo medicamento, a exemplo das epidemias e neste caso, o homeopata procura estudar o gênio medicamentoso da morbidade e aplicá-lo de forma geral na população e mesmo assim, sempre procurando se possível individualizar cada caso.

Referências:
Boerick , Garth – Princípios da homeopatia para estudantes de medicina.
Sharette, G. – O que é a homeopatia?
Duprat, H. – A teoria e a técnica da homeopatia.
Galhardo, E.R. – Iniciação homeopática.